Resumo das Olímpiadas

Para o bem e para o mal, o Brasil teve um domingo de choro em Pequim. Jade Barbosa até fez um elogiável esforço para segurar as lágrimas, mas a turma da ginástica tinha motivos de sobra para se emocionar: as meninas garantiram, pela primeira vez na história, uma vaga na final por equipes. Pena que o outro choro do dia foi de tristeza. Esperança de ouro, João Derly vai fazer a viagem de volta com as mãos vazias. O judoca foi o ponto negativo de uma jornada que também teve sorrisos rasgados – um deles bem conhecido, o de Ronaldinho.

Bicampeão mundial, Derly pisou no tatame com pinta de favorito, mas foi surpreendido por um adversário com cabeça enfaixada e uma senhora orelha de repolho. O português Pedro Dias derrotou o brasileiro e, em seguida, perdeu para o norte-coreano Chol Min Pak, encerrando as chances de repescagem do brasileiro. Inconformado, Derly reclamou dos juízes, pediu desculpas a uma fã na saída do ginásio e não conseguiu conter o choro de decepção.

Andressa Fernandes, que substituiu Érika Miranda, disse adeus à competição menos de 24 horas após desembarcar em Pequim.

Poucas horas depois, o clima mudou. O vôlei masculino atropelou o fraco Egito e arrancou rumo ao bicampeonato olímpico. Bela maneira de espantar os fantasmas após o fracasso na Liga Mundial e o bate-boca entre Bernardinho e os jogadores no treino.

Quem também precisa de uma volta por cima é Ronaldinho Gaúcho. E o camisa 10 da seleção botou o famoso sorriso no rosto ao marcar duas vezes na goleada de 5 a 0 sobre a Nova Zelândia. Sem o escudo da CBF num uniforme azul que mais lembrava o da Itália, o Brasil de Dunga fez uma bela exibição e garantiu a vaga nas quartas-de-final.

Por falar em recuperação, que tal a performance de Daiane dos Santos? A “brasileirinha”, embalada por sua trilha sonora favorita, roubou a cena e brilhou na primeira apresentação da ginástica brasileira no solo de Pequim. Apesar das pequenas falhas, a gaúcha garantiu a vaga na final. A equipe também foi bem e fez história, chegando à decisão pela primeira vez. Jade foi às finais no salto e no individual geral. Na hora da comemoração, ouviu uma gentil reprimenda de Daiane:

- Sem choro - pediu a “veterana”.

Na água, Gabriella Silva surpreendeu ao garantir a vaga na decisão dos 100m borboleta. Ela passa a ser apenas a décima brasileira a disputar uma final da natação. Thiago Pereira sentiu o cansaço nos 400m medley e não foi páreo para o fenômeno Michael Phelps. Tudo bem, não chega a ser motivo para choro.


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